A metodologia de pesquisa empregada neste artigo foi exploratória e hipotética-dedutiva com intuito de obter uma maior proximidade com o tema.
Para isso, o trabalho inicialmente ocorreu de forma exploratória, pesquisando bibliografias acerca do município, posteriormente focando nas informações mais detalhadas de cada um dos lugares, e por fim aplicando um questionário com usuários desses espaços.
A coleta de dados citada, ocorreu através de um questionário, com abordagem quantitativa e qualitativa, com o objetivo de relacionar os dados com as informações já obtidas durante as pesquisas e as hipóteses pré-estabelecidas.
Para montar o questionário, a decisão foi de separar as perguntas em blocos, sendo eles: pessoal e espaços. As perguntas escolhidas para cada um dos blocos, tinham como objetivo compreender o tipo de público que frequenta os locais, quais os espaços com maior frequência, além de entender quais as necessidades que cada espaço possui de acordo com cada um.
O primeiro bloco de perguntas, classificado como Pessoal, possuía as seguintes questões:
A escolha dessa pergunta era entender qual o grau de relação da pessoa com o município, se ela reside, trabalha, estuda, ou apenas frequenta para lazer, ou utiliza algum serviço da cidade, como na área da saúde, entre outros.
Ao questionar a faixa etária dos participantes do questionário, a ideia era entender quais os públicos que frequentam determinados espaços. Para analisar se cada idade possui costumes diferentes ou se há uma mistura dessas idades pelos espaços.
Mais uma vez, por entender que alguns grupos costumam ter hábitos específicos, seja por questões de segurança ou por serviços oferecidos, a questão de gênero com os lugares da cidade, pode trazer uma possível análise da ocupação dos espaços.
A relação da profissão com a ocupação do espaço está diretamente relacionada na forma como aquele ser usa e enxerga os lugares em uma cidade.
O segundo bloco de perguntas, classificado como Espaços, era relacionado aos equipamentos/espaços culturais e de lazer da cidade.
Nesta pergunta, era possível escolher mais de uma opção dentre 15, a fim de que as pessoas pudessem marcar todos os locais que lembrassem de já terem frequentado. A ideia de dar opções para marcar pode parecer limitadora, entretanto a intenção era de que as pessoas não fossem negligentes ao elencar o maior número de espaços possível que já haviam visitado.
Aqui a intenção era entender quais os fatores limitantes ou não atrativos que justificassem as pessoas não terem ido a algum dos espaços.
Tendo em vista que a pergunta anterior limitava os espaços da cidade a aqueles 15 escolhidos para estarem na pesquisa, essa questão permitia que fossem elencados outros lugares do município.
As duas perguntas anteriores tinham como foco entender se os locais eram parte da rotina das pessoas, ou se apenas em momentos de lazer é que eram frequentados.
Ao questionar o gosto das pessoas a respeito dos lugares, pretende-se entender o que faz elas procurarem esses espaços, tendo em vista que vamos a um determinado local por gostar de algo que ele oferece.
Como a questão anterior limitava a algumas características, essa pergunta permitia que fossem elencados outros aspectos dos espaços que agradavam ao público.
A ideia aqui era entender a visão dos usuários desses espaços frente às demandas que eles notavam nos espaços.
Essa pergunta acabava por se relacionar com a questão de número 10 e 12, pois tende a trazer ideias de cada um associadas aos gostos e também a percepção de necessidade nos espaços.
Os dados colhidos foram analisados e transformados em tabelas e gráficos quando necessário para melhor compreensão. Assim, foram associados e interpretados para compreender os reais problemas e as alternativas viáveis para os espaços estudados no município.
O questionário foi aplicado de forma online, sendo compartilhado nas redes sociais. A partir das respostas pode ser constatado muitos pontos antes já citados sobre diversos lugares.
Primeiramente, a pergunta sobre a relação das pessoas com a cidade, as respostas foram em ordem decrescente: residência, lazer, trabalho, estudos, saúde e turismo, além de visitas a família na cidade.
A faixa etária se dividiu principalmente entre pessoas de 17 a 24 anos e de 25 a 34 anos, ambas as faixas com 38% cada. Os outros 24% ficaram distribuídos nas demais idades. O público que menos participou da pesquisa foi o menor de 16 anos em que apenas 1 pessoa nessa faixa etária respondeu ao formulário.
Posteriormente, em relação ao gênero, 58% do público participante foram mulheres, e os outros 42% homens.
Já em relação às ocupações dos entrevistados, houve bastante variedade, entre estudantes nível médio e superior, servidores públicos, designers, estagiários, arquitetos, profissionais da área da saúde (médicos, enfermeiros, nutricionistas), auxiliar e assistente administrativo, fisioterapeuta e psicopedagogas, engenheiros (civis, mecânicos, agrônomos e de produção), advogados, profissionais de educação física, farmacêuticos, comerciantes e empreendedores, aposentados, entre outros.
Quando iniciado a segunda seção de perguntas, as quais são relacionadas aos espaços propriamente ditos. A primeira pergunta, sobre quais os lugares que já tinham frequentado, todas as opções foram selecionadas.
Na pergunta seguinte, sobre o motivo de não terem escolhido alguma das opções, a grande maioria explicitou sobre o desconhecimento ou sobre não ter atividades atrativas nos locais, além da limitação do horário de funcionamento de alguns espaços. Houve também respostas relacionadas a falta de segurança, distância.
Quando perguntado sobre espaços que não foram citados na primeira pergunta da seção, a resposta mais frequente foi sobre a Gruta Rei do Mato, sendo seguida por diversos outros espaços, como Parque de Exposições JK, Arena do Jacaré (Estádio de Futebol), Praça do Bairro do Carmo, Teatro Redenção, Biblioteca Municipal, Praça Esporte(Ginásio Coberto), Centro de teatro da Preqaria, Quintal do Boi. Nesta pergunta, pode-se notar a relação de identificação de cada pessoa com os espaços da cidade.
Em relação a frequência de visitas aos locais, as respostas foram bem diversas como mostra o gráfico abaixo.
Os eventos citados foram as feiras artesanais e gastronômicas que acontecem na cidade, como o Caldo da Lua que acontece anualmente na Serra Santa Helena ou a Feirinha do Boa Vista. Ademais, foram citadas as excursões escolares, carnaval e aulas externas das academias.
Quando perguntado sobre o que mais gostam nos locais, a existência de áreas verdes e espaços para prática de atividades físicas foram as maiores escolhas dentre as outras. A questão da segurança foi a com menor percentual, reforçando pontos já citados anteriormente no questionário.
Já a pergunta sobre outros motivos, teve apenas uma resposta, que é em relação aos locais serem pontos de encontro.
Quando questionados se havia algum problema em algum dos espaços, as respostas reafirmaram as informações elencadas quando fiz uma breve apresentação de cada um dos lugares. Os dois pontos com maior frequência de resposta foram a falta de segurança nos locais abertos e a ausência de manutenção da infraestrutura dos espaços; foram citados diversas vezes também a carência de programas culturais e de divulgação mais abrangente dos eventos quando realizados; além de constantes reclamações sobre o estado da qualidade das águas das lagoas. Entre todos os problemas relatados, uma síntese que se pode ter é de que há pouca segurança, falta investimentos em diversas esferas – seja em infraestrutura ou em programas culturais.
Por fim, a última pergunta que questionava o que gostariam que tivesse nesses espaços, retrata exatamente possíveis soluções para os problemas pontuados na pergunta anterior. O anseio por maior segurança e infraestrutura, retrata que há uma vontade das pessoas de estarem em maior frequência nos locais. Há relatos de que é necessário mais políticas públicas de incentivo cultural e de melhor usos dos espaços da cidade, o que mostra que a população sente falta de mais opções de lazer e de cultura. Além de que houve respostas preocupadas com a preservação e a conservação dos patrimônios cultural e natural do município, revelando que seja da forma como for, às vezes até mesmo sem conhecimento técnico, as pessoas sabem que determinados lugares precisam ser protegidos.
Uma observação sobre a primeira pergunta feita na seção sobre os espaços, é que houve um comentário de que ao invés de colocar Museu de Mineralogia, deveria ter abordado apenas como Gruta Rei do Mato. Entretanto, não se trata do mesmo local, e apesar do Museu não ter sido aberto, a construção ainda está lá, há anos sem uso. E aqueles que selecionaram que conheciam o MUMI, alguns foram alunos da UFSJ enquanto outros são moradores e que de alguma forma souberam do projeto do museu.
Além do mais, um outro ponto de atenção é que por mais que alguns pontos tivessem mais notoriedade há algumas décadas atrás, a preocupação com os lugares, com a segurança e o desejo por melhores condições não se estenderam a apenas uma faixa etária. Nas diversas idades que participaram do formulário, os relatos foram semelhantes.